Operações da PF não impediram irmã de ministro de renovar contratos

 

Construservice já era investigada pela Polícia Federal e foi alvo de duas operações no ano passado por suspeitas envolvendo a Codevasf

 atualizado 

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Reprodução/Instagram
Luanna Bringel e Juscelino Filho

Sob o comando da irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a Prefeitura de Vitorino Freire (MA) renovou ao menos dois contratos com uma empresa que já havia sido alvo de operações da Polícia Federal. A prefeita Luanna Bringel esteve na mira de operação da PF deflagrada nesta sexta-feira (1º/9) e acabou afastada do cargo.

A empresa Construservice havia sido atingida por duas operações em julho e em outubro do ano passadoaqui. Mesmo assim, em agosto e em novembro, a prefeitura prorrogou dois contratos com a empresa no valor de R$ 8,9 milhões. Os contratos são de pavimentação, recapeamento e calçamento das ruas de Vitorino. A Construservice também é alvo da operação da PF nesta sexta-feira.

A investigação apura mais informações sobre organização criminosa que promovia fraudes em licitações, desvio de recursos e lavagem de dinheiro envolvendo verba federal da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Maranhão.

A polícia apura, como mostrado pela coluna Na Mira, o uso de uma emenda de R$ 5 milhões indicada pelo ministro Juscelino Filho para asfaltar uma estrada que passa na frente de uma de suas fazendas, em Vitorino Freire.

Mais uma fase das operações

Juscelino também seria alvo, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso negou o pedido de busca e apreensão da PF.

Em julho do ano passado, a polícia deflagrou a primeira fase da operação envolvendo a Construservice, apontando suspeita de esquema de fraude em licitação, desvio de recursos públicos e lavagem de recursos advindos de verbas federais em contratos com a Codevasf. A apuração envolvia contratos em cinco municípios do Maranhão.

Na época, o sócio oculto da empresa, Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Eduardo Imperador, foi preso. Ele é amigo de Juscelino e frequenta a fazenda do ministro em Vitorino Freire.

Meses depois, em outubro, a PF deflagrou a segunda fase da operação, momento em que apontou que um ex-gerente da companhia no Maranhão teria recebido R$ 250 mil de propina da Construservice. Julimar Alves da Silva Filho foi o responsável por um parecer que permitiu um convênio da empresa com a Prefeitura de Vitorino para a execução de uma obra que beneficiou a fazenda de Juscelino Filho na cidade.

Resposta das empresas

A empresa de obras Construservice, a qual um dos sócios foi investigado pela Polícia Federal (PF) na Operação Benesse, se posicionou publicamente sobre o assunto. Entre as afirmações, está a total disponibilidade às autoridades brasileiras.

Confira a nota da empresa Construservice na íntegra:

“Através da presente, a sociedade empresarial Construservice empreendimentos e construções Ltda, por seus representantes legais, informa que se encontra à disposição das autoridades constituídas para prestação de quaisquer esclarecimentos e/ou apresentação de documentos que se fizerem necessários para demonstrar a licitude das licitações e contratos administrativos investigados no bojo do respectivo inquérito, o qual tramita no Supremo Tribunal Federal.

Informa, ainda, que o inquérito policial ainda se encontra em fase inicial e que tudo o que nele se contém é fruto apenas de alegados indícios sobre os quais sequer foi ouvida anteriormente, confiando que, doravante, com a apresentação de suas razões e juntada de documentos no referido procedimento, demonstrará a improcedência das acusações.”

A Codevasf também ressaltou a colaboração com as autoridades, desde uma operação anterior, e relatou ter desligado um dos funcionários por conta do assunto.

Veja a íntegra da nota da Codevasf:

“Em atenção a informações veiculadas na manhã desta sexta-feira (1º/9) sobre a operação Benesse, da Polícia Federal, a Codevasf informa que colabora com o trabalho das autoridades desde a primeira fase da operação Odoacro, realizada em julho de 2022.

No âmbito de apurações internas relacionadas às operações, a Codevasf demitiu um funcionário no mês de agosto após a conclusão de processo conduzido por sua Corregedoria.

A Companhia mantém compromisso com a elucidação dos fatos e com a integridade de suas ações — e continuará a prover suporte integral ao trabalho das autoridades policiais e da Justiça”.

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